• Julho 10, 2015

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Qual é a diferença entre margem bruta e margem de contribuição?

Esta é uma dúvida que surge frequentemente nas situações em que a gestão da empresa está a analisar a rentabilidade dos seus produtos ou de outros objetos de custo e pretende tomar decisões como manter ou abandonar uma área de negócio, desenvolver uma campanha promocional com o intuito de aumentar as venda, entre muitas outras. Além de diferentes, estes dois conceitos têm implicações importantes na tomada deste tipo de decisões.

A margem bruta

O cálculo da margem bruta é feito subtraindo o volume de negócios (vendas e prestações de serviços) pelo custo das mercadorias vendidas. 

Na determinação do custo das mercadorias vendidas incluem-se todos os custos de produção: mão-de-obra direta, materiais usados na produção e encargos gerais de fabrico. Incluem-se todos os custos industriais, sejam fixos ou variáveis.

Então, neste cálculo, vamos incluir não só tudo aquilo que é incorporado diretamente no produto (trabalho e matérias), mas também os custos industriais que indiretamente contribuem para a produção, como por exemplo, os custos com ferramentas, combustíveis, consumíveis, os salários do pessoal de supervisão, as depreciações dos edifícios fabris, etc. Digamos que o princípio a seguir é: se há custos, têm de ser afetos ao produto.

O cálculo da margem bruta é feito, frequentemente, através do uso de percentagens. Dividindo-se o valor absoluto da margem bruta pelo volume de negócios, chegamos a um valor percentual, que indica qual a proporção da faturação que sobra após deduzirem-se os custos industriais.

A margem de contribuição

A margem de contribuição é calculada subtraindo o volume de negócios pelos custos variáveis. Aqui o princípio é diferente do anterior, na medida em que implica distinguir os custos fixos dos custos variáveis.

Os custos variáveis são os que variam diretamente com o nível de atividade, como o volume de produção ou de vendas. Neste tipo de custos, encontramos a grande parte dos custos industriais, como a mão-de-obra direta e as matérias-primas, mas também alguns custos não-industriais, como os custos de distribuição e de vendas.

Por outro lado, os custos fixos tendem a manter-se inalterados independentemente de alterações ao nível de atividade. Por exemplo, os salários do pessoal de supervisão fabril não variam quando se produz mais ou menos. O mesmo acontece com as depreciações dos edifícios.

A margem de contribuição permite analisar quanto é gerado para suportar os custos fixos (que são normalmente os custos de estrutura). Se a margem de contribuição é negativa, então o volume de negócios não é suficiente para cobrir os custos variáveis e, neste caso, talvez valesse a pena não produzir, na medida em que os custos variáveis desapareceriam se isso acontecesse.

Este é o raciocínio por detrás do cálculo do break-even-point, muito utilizado pelos gestores na tomada de decisões sobre o que produzir e em que quantidades, assim como na análise das relações entre o volume, custos e lucros.

Nuno Nogueira

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