“Power corrupts. PowerPoint corrupts absolutely.” – Edward Tufte
Nas ações de formação Power BI para gestão de empresas de nível introdutório, os formandos que têm o primeiro contacto com a tecnologia querem uma visão de alto nível: o que é possível fazer e como fazer um relatório Power BI usando um conjunto de dados simples.
É um requisito comum e neste nível de formação damos muita ênfase ao storytelling com dados, às boas práticas na seleção e criação de visualizações, nos erros a evitar e como comunicar com impacto utilizando o Power BI.
Por isso, abordamos o significado de cada uma das visualizações disponíveis e asseguramos que se compreende claramente que mensagem pretendem transmitir. É sempre surpreendente realizar que uma boa parte dos business users não compreende verdadeiramente o significado de um gráfico, mesmo quando presente em inúmeros relatórios empresariais.
Não se trata de produzir relatórios, mas de fornecer informação relevante à tomada de decisão. No caso Business Analytics, quisemos ir um pouco mais longe e definir um conjunto de regras de design até aqui pouco exploradas no Power BI. Desenvolvemos internamente um Design Kit, que facultamos nas nossas ações de formação, que permite definir um conjunto de regras de estilo para Power BI e colocá-las imediatamente em prática.
Wireframing – regras de colocação das visualizações Power BI
Alguns desenvolvedores Power BI usam uma técnica de desenho de relatórios Power BI que consiste em definir o posicionamento das visualizações num slide PowerPoint que, depois de exportado para um ficheiro em formato de imagem, define algumas caixas onde são colocadas as visualizações.
Essa técnica, embora funcione tem algumas desvantagens, nomeadamente, a sua rigidez e a dificuldade de manutenção. Se o autor do relatório mudar de ideias quanto ao posicionamento das visualizações no relatório, terá de repetir o trabalho.
Por isso, optámos por wireframing que divide verticalmente a página em 12 blocos verticais com a mesma largura e espaçamento. Na horizontal, optámos por 3 blocos que podem ser utilizados para definir o espaçamento entre as visualizações.
Assim, criámos uma página que serve como base. Estão definidas as dimensões da página assim como as regras de colocação de visualizações e espaçamento:
A colocação de visualizações pode ser feita sem qualquer dificuldade. Basta seguir as posições encostando-se as visualizações aos limites de cada bloco, como se pode ver no exemplo abaixo:
Esta técnica é fácil de manter e garante flexibilidade suficiente caso se pretenda mudar o layout. Ao mesmo tempo, as visualizações ficam colocadas na perfeição, tornando o relatório mais amigável e fácil de ler.
Esquemas de cores e temas do Power BI
Fazemos uso de um esquema de cores complementar, com base em azul e laranja, que nos oferece contraste visual, possibilidade de diferenciação de dados e estética profissional. As cores estão em lados opostos do círculo cromático, o que facilita a comparação entre valores, análise de diferenças categóricas.
Além da utilização de um esquema de cores, definimos um tema, que pode ser aplicado com as mesmas regras de design a vários relatórios Power BI da mesma maneira. Além de cores, definimos sombreados, efeitos, fontes e tamanhos de letras, que permitem desenhar o relatório na perfeição instantaneamente.
Iconografia
De modo a facilitar a navegação do utilizador pelo relatório, criámos uma biblioteca de ícones que podem ser utilizados de forma consistente. Um dos erros mais comuns é utilizarem-se ícones ou imagens provenientes de famílias diferentes, que tornam o relatório muito confuso.
Dependendo do tipo de visualização em causa, os ícones podem ser carregados para o Power BI como imagens ou ser lidos a partir de um URL. Por exemplo, na utilização de ícones no novo Tile Slicer, as bandeiras de cada país constam de uma biblioteca acessível a partir de web URL e fazem parte do modelo de dados:
Algo idêntico acontece na utilização do novo cartão. Os dados e os ícones são carregados para a visualização a partir do modelo de dados.
No entanto, no navegador de páginas do relatório, os ícones são carregados como ficheiros de imagem com a extensão png e não existem no modelo de dados:
O resultado final poderá ser analisado abaixo: