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13 julho 2017
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A análise de sensibilidade na Gestão do Risco

A construção de modelos de negócios tem sempre uma constante: o risco.
A forma como lidamos com a incerteza pode ser mais ou menos fácil mediante a utilização, ou não, de ferramentas que nos ajudem a antecipar cenários possíveis, a identificar a sua probabilidade de ocorrência e a nos preparar para as respetivas consequências.

Tomemos o seguinte exemplo como base de trabalho: uma empresa pretende construir o seu plano de negócios para os próximos 5 anos. O ano base, para o qual dispõe de demonstrações financeiras completas, será o de 2016. As demonstrações financeiras dos anos seguintes serão determinadas a partir de duas variáveis:

  • Uma taxa anual de crescimento das vendas, estimada em 5%,
  • A margem de contribuição, prevista em 65%.

Assim, teremos o seguinte resumo do plano de negócios:

busmod1.1

Desta análise, ressaltam dois aspetos: assumimos que os custos fixos se mantêm inalterados e que as duas únicas fontes de incerteza são as variáveis acima definidas. Aplicando a nossa abordagem à gestão do risco deste modelo, poderíamos realizar análises de sensibilidade e ver o que acontece aos outputs do modelo – que neste caso são os resultados operacionais dos anos 2017 a 2021 – se os inputs se desviarem de 10% dos valores inicialmente previstos.

O gestor de cenários

O Excel dispõe de uma funcionalidade que permite criar e gerir diversos cenários. Esse gestor de cenários pode ser acedido a partir do menu Dados, Análise de Hipóteses, conforme demonstra a imagem seguinte:

busmod1.2

Abrindo-se a caixa que permite criar e gerir os diversos cenários, vamos começar por clicar em Acrescentar para definirmos o nosso Cenário Base. Abre-se uma nova janela onde introduziremos os respetivos parâmetros:

busmod1.3

Nomeamos o cenário com “Base” e identificamos as células que contêm as variáveis. Neste caso, a célula F3 contém a taxa anual de crescimento das vendas e a células B8 a margem de contribuição. Como nota, nomeámos essas células como “taxa_crescimento” e “margem_contribuição”, respetivamente.
Agora já temos um ponto de partida, resta-nos acrescentar os cenários “Pessimista” e “Otimista”. Por simplificação, vamos manter inalterada a margem de contribuição, por enquanto, e fazer variar apenas a taxa de crescimento das vendas.
Se pretendêssemos analisar ambas as variáveis, teríamos de o fazer isoladamente, ou seja, precisaríamos de 5 cenários:

  • Base: taxa de crescimento das vendas de 5% e margem de contribuição de 65%,
  • Otimista 1: taxa de crescimento das vendas de 5,5% e margem de contribuição de 65%,
  • Otimista 2: taxa de crescimento das vendas de 5% e margem de contribuição de 71,5%,
  • Pessimista 1: taxa de crescimento das vendas de 4,5% e margem de contribuição de 65%,
  • Pessimista 2: taxa de crescimento das vendas de 5% e margem de contribuição de 58,5%.

E, claro, também poderíamos analisar o efeito conjunto da alteração das duas variáveis. Mas, mantendo a simplicidade de análise por enquanto, vamos apenas considerar 3 cenários em que só a taxa de crescimento das vendas varia enquanto a margem de contribuição se mantém em 65% em todos eles. O resultado final seria então possível de verificar no gestor de cenários, como segue:

 busmod1.4

Agora, a partir do botão “Show” acima, podemos ver o efeito nos resultados da linha 10 para o cenário selecionado. O gestor de cenários permite ainda criar um sumário num separador autónomo onde é possível analisar o efeito de cada um dos três cenários nos resultados operacionais:

busmod1.5

Esta informação é estática, o que pode ser útil caso queiramos guardar um histórico de análise de cenários.
Enquanto ferramenta de gestão de risco, o gestor de cenários é provavelmente a solução mais básica.

Há outras técnicas mais sofisticadas, que iremos abordar no próximo artigo.

Ficheiros em anexo


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