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09 novembro 2015
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Interest coverage ratio: qual a interpretação correta deste rácio?

O interest coverage ratio divide o EBITDA pelos custos com juros. Este rácio procura medir com que facilidade a empresa é capaz de pagar os juros sem necessidade de cortar nas despesas de investimento (necessárias para substituir ativos que se depreciam com o uso e/ou o tempo). Por vezes, estas despesas são necessárias para assegurar a continuidade da empresa em boa forma competitiva (ver a este respeito o Stay in business capex).

Para calcular o interest coverage, podemos utilizar no numerador quer o EBIT quer o EBITDA. No primeiro caso, vamos medir quantas vezes os lucros gerados pelas operações da emprsa são suficientes para cobrir o montante a pagar de juros.

No segundo caso, a leitura é idêntica, mas porque descontamos também as depreciações e amortizações, vamos obter um resultado menor, que se justifica pela necessidade de afetar o valor das depreciações e amortizações a investimento de substituição.

Uma terceira abordagem a este indicador passa pela utilização do EBITDAR (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, Amortization and Rental expense). Neste caso, deduzimos também os custos com as rendas do numerador e do denominador. Chegaremos a um rácio menor, naturalmente, mas que pode ser mais relevante caso a empresa suporte elevados custos com alugueres operacionais - que no fundo, em muitas situações, são comparáveis a juros.

Este é o rácio a utilizar em empresas como companhias aéreas, construtores, e outras empresas do setor industrial que suportam elevados custos com alugueres operacionais de máquinas e outros ativos essenciais às operações. Deduzir as rendas fornece uma visão mais fiável da saúde financeira dessas empresas.

Independentemente da escolha da forma de cálculo do rácio, é necessário ter em conta a sua interpretação à luz:

  1. do nível de taxas de juro de mercado e
  2. da necessidade de refinanciamento (rollover).

Quanto ao primeiro destes dois pontos, se as taxas de juro estiverem a níveis historicamente baixos, como é o caso no momento em que escrevo este artigo em Portugal, será de esperar que o interest coverage ratio se eleve para a generalidade das empresas, sem que exista verdadeiro mérito por parte dos gestores.

Relativamente ao segundo ponto, se a empresa tiver necessidade de se refinanciar no momento em que a sua dívida atinge a maturidade, isto é, se tiver necessidade de substituir um crédito por outro novo, existirá um risco de subida de taxa de juro com um impacto significativo.

Para evitar estes efeitos, poderá ser necessário substituir este rácio pelo rácio Dívida / EBITDA, que tende a ser menos sensível a flutuações de taxas de juro. 

Ficheiros em anexo


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