• Maio 3, 2025

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Como as empresas podem usar a inteligência artificial para crescer

A inteligência artificial (IA) é para os negócios hoje o que a Internet foi há 25 anos, no alvorecer do novo milénio. Alguns — os entusiastas e os inovadores — vêem uma oportunidade neste admirável mundo novo. Outros, mais céticos ou cautelosos, estão apenas à espera que a onda os leve para a frente sem grande esforço.

Muito tem sido escrito e discutido sobre IA para negócios, e não pretendo simplesmente repetir o que já está nas notícias todos os dias. Este artigo é uma reflexão pessoal que procura responder a uma pergunta que ouço frequentemente por parte dos nossos clientes:

Como pode a IA ajudar o meu negócio?

Acredite ou não, esta é uma das questões mais recorrentes que me colocam. Todos temos uma noção do que é inteligência artificial — seja por filmes, séries como Black Mirror ou pelas notícias diárias — mas poucas empresas têm uma ideia clara de como a incorporar com sucesso nas suas operações. Menos ainda são as que a utilizam de forma ativa.

Na minha perspetiva, antes de se iniciar qualquer processo de adoção de IA, há duas questões críticas que toda a organização deve conseguir responder:

  1. Quão maduros e prontos estão os processos organizacionais para a adoção de IA?
  2. Como se caracteriza a infraestrutura de dados atual?

Avaliar a maturidade dos processos organizacionais

Os processos determinam como uma empresa funciona diariamente. Podemos vê-los como um conjunto de regras e atividades organizadas, realizadas por várias pessoas, com o objetivo de atingir um determinado fim. Estão presentes em áreas como o recrutamento, as compras ou o atendimento ao cliente.

Para que a IA possa ser integrada com sucesso nos processos, é necessário avaliar a sua maturidade. Eis algumas questões fundamentais que ajudam a fazer esse diagnóstico:

  • O processo é repetitivo? Quanto mais frequente for a sua execução, maior o potencial de automação com recurso à IA.
  • O processo está claramente definido? Está documentado? Todos os envolvidos o conhecem? Está padronizado ou é executado de forma diferente por cada colaborador?
  • Que tipo de dados são utilizados? São estruturados, semiestruturados ou não estruturados? A complexidade dos dados influencia a viabilidade da automação inteligente.
  • A eficiência do processo é medida? É possível saber quanto tempo demora a execução? Há registo de falhas ou repetições?

Este tipo de análise permite atribuir uma pontuação de maturidade a cada processo, o que ajuda a priorizar iniciativas de IA.

Exemplo: automação inteligente no processo de compras

Vejamos um exemplo prático de um processo comum: o processo de compras. Este inclui normalmente as seguintes etapas:

  1. Pedido de compra
  2. Aprovação do pedido
  3. Seleção de fornecedores
  4. Análise de cotações
  5. Criação da ordem de compra (PO)
  6. Receção e verificação dos bens ou serviços
  7. Correspondência de fatura, PO e entrega, e respetivo pagamento

Como pode a IA melhorar este processo?

  • Classificação automática de pedidos: a IA pode analisar e-mails ou formulários e classificá-los em categorias relevantes.
  • Aprovações inteligentes: com base em regras de negócio, a IA pode encaminhar aprovações ou pré-aprovar pedidos simples.
  • Comparação automática de faturas: a IA pode validar automaticamente se a fatura coincide com a ordem de compra e a receção.
  • Deteção de anomalias: modelos de IA podem identificar duplicações ou potenciais fraudes.

Neste caso, a IA não substitui as pessoas — antes valoriza o seu trabalho, tornando-o mais eficiente, com menos erros e menor custo.

A infraestrutura de dados está pronta para a IA?

Os modelos de IA, especialmente os baseados em machine learning, dependem de dados — muitos e de qualidade. Uma infraestrutura de dados adequada é condição essencial para o sucesso. Sem ela, qualquer iniciativa será ineficaz ou mesmo inviável.

Uma rápida autoavaliação pode ser feita com base nas seguintes questões:

  • Os dados estão disponíveis e acessíveis, ou presos em silos?
  • Os dados são limpos, completos, consistentes e atualizados?
  • Existe capacidade de armazenamento escalável, preferencialmente na nuvem?
  • A infraestrutura suporta fluxos de trabalho de machine learning (versionamento de modelos, repositórios, rastreamento de experiências)?

Se a resposta a muitas destas questões for negativa, o investimento inicial deve focar-se em criar uma base sólida de dados antes de avançar para a IA.

O que pode a sua empresa fazer com IA quando estiver pronta?

Com uma boa base de dados e processos bem definidos, as empresas podem começar a obter valor real da IA e do machine learning. Exemplos práticos incluem:

  1. Identificação de padrões e segmentos de clientes
  2. Recomendação de produtos ou serviços
  3. Previsão de rotatividade de clientes (churn)
  4. Previsão de vendas e fluxos de caixa
  5. Otimização de recursos, logística e stocks

Para todos estes casos, existem algoritmos comprovados, já usados com sucesso por empresas em todo o mundo.

Custo de oportunidade: o que acontece se não agir agora?

Decidir adiar a adoção da IA tem um custo de oportunidade real. As empresas que a integram com sucesso vão operar com maior agilidade, tomar melhores decisões e inovar mais rapidamente. Isto traduz-se em ganhos de eficiência, melhoria da experiência do cliente e maior competitividade.

Por outro lado, as empresas que não agirem arriscam-se a perder quota de mercado — não porque os seus produtos sejam piores, mas porque os seus processos são mais lentos, mais caros e menos eficazes. No mundo atual, não avançar é, muitas vezes, sinónimo de recuar.

E agora?

A inteligência artificial não é um destino, mas um caminho. E, como qualquer transformação relevante, começa com um diagnóstico e uma estratégia bem definida.

Se está a considerar dar os primeiros passos com IA no seu negócio, mas não sabe por onde começar, estou disponível para ajudar a avaliar a maturidade dos seus processos e a infraestrutura de dados — de forma prática e orientada aos resultados.

Fale comigo e veja como a IA pode começar a gerar valor real na sua organização.

Nuno Nogueira

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